Narra o capítulo 17 do Evangelho de São Mateus, o momento em que Jesus sobe ao monte acompanhado de Pedro, Tiago e João e, diante deles, transfigura-se de maneira a ficar resplandecente. Junto Dele apareceram, ainda, Moisés e Elias.
O alto da montanha, na doutrina católica, representa o local onde a natureza humana se encontra com Deus; é o encontro do que é temporal com aquilo que é eterno; da criatura com o criador; dos filhos com o Pai.
A presença de Moisés e Elias, junto de Jesus no alto do monte, é entendida por muitos teólogos e exegetas como a suplantação do Antigo Testamento pela relação filial de Jesus com Deus Pai. Então, a transfiguração nos reafirma a certeza de Jesus como Filho de Deus e como suprema ponte entre o Céu e a terra.
Mas o foco desse texto não é analisar a transfiguração mas, sim, a fala de São Pedro que, dizendo que era bom estar no alto do monte, sugere ao Senhor que levantem três tendas para abrigar Jesus, Moisés e Elias.
Sempre que conseguimos “estar no alto monte com o Senhor” é uma experiência prazerosa e indescritível, da qual, todos nós, não queremos abrir mão e onde, verdadeiramente, é bom de se estar.
Quando participamos de um retiro, de um encontro ou de uma atividade religiosa qualquer que nos conecta com Deus, que nos proporciona uma experiência mística da Sua presença, na qual vivemos situações de Céu, nos dá o desejo, assim como São Pedro, de permanecer por mais tempo, ou mesmo indefinidamente, no “alto do monte” com Cristo. E como São Pedro, concluímos: “É bom estar aqui!”
Todavia, é na planície, no cotidiano nosso, que necessitamos ver o Cristo transfigurado. Da mesma forma que o Senhor convidou os discípulos a descerem e voltar para o convívio dos seus, para os seus afazeres e para a vida em comunidade, também nós somos convidados a testemunhar a glória de Deus nas situações diárias e buscar no outro a face de Cristo.
É em nossas casas, nos nossos amados, no nosso trabalho, na nossa faculdade, no convívio com os irmãos, que devemos buscar encontrar a face transfigurada de Jesus. É isso não é fácil... Melhor seria, obviamente, permanecer no alto do monte. Mas o nosso chamado é viver "na planície", nas situações comezinhas, as coisas do alto!
Eu te entendo, São Pedro...
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